A proposta do governo do Estado de São Paulo de criar uma empresa para ter controle da Sabesp e entregar o setor de saneamento para a iniciativa privada foi tema de Audiência Pública, realizada nesta terça-feira (22), na Assembleia Legislativa. Contrários ao processo que vem sendo conduzido pelo Palácio dos Bandeirantes, em caráter de urgência, representantes da sociedade civil e parlamentares, entre eles o deputado estadual Marcos Martins, chamaram atenção para os riscos desta iniciativa.
A referida Audiência Pública foi aprovada pela mesa diretora da Casa, a pedido dos deputados de oposição, após parecer favorável ao projeto de lei 659/2017 ter sido aprovado nas comissões de forma irregular. O encontro reuniu especialistas e autoridades da área de saneamento que questionaram a má qualidade do serviço prestado pela companhia e a falta de recursos do estado, como pretexto para a privatização.
Estiveram presentes representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema); Sindicato dos Urbanitários de Santos (SINTIUS); Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp (AAPS) e da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Na ocasião, todos se colocaram contra ou apresentaram ressalvas ao projeto do governo do Estado.
Durante a audiência, o deputado Marcos Martins chamou atenção para os lucros de seus investidores no mercado financeiro em detrimento aos investimentos necessários para prestação de um serviço vital à população. “Enquanto o governo fica preocupado com o retorno aos acionistas, vários municípios estão sem água, em uma época em que a Sabesp anuncia a superação da crise hídrica”, destacou o deputado. Martins também lembrou o processo silencioso de privatizações que o governo do Estado tem adotado em diversas áreas.