Itapevi é uma das cidades mais seguras da região, diz Capitão da PM

Angelo1Mesmo aproveitando seu período de férias, devido à uma licença prêmio que recebeu da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o Comandante do 20 º Batalhão da PM, Capitão Ângelo Aparecido Moitinho, atendeu gentilmente à solicitação do Jornal Alternativa e o Itapevi Noticias para uma entrevista em sua sala, na sede da Companhia, em Itapevi.

Homem de fala tranquila e de ideias firmes e embasadas, Moitinho sustenta sua argumentação sobre a atuação da polícia com base na importância da segurança pública em todas as esferas sociais. Para ele, a segurança e o cumprimento rigoroso das leis é que garantem o bom funcionamento do sistema de um município. “Está tudo interligado. Se a cidade é segura, ela atrai investidores, temos geração de emprego e renda, e consequentemente redução da criminalidade. Isso só para citar um exemplo”, explica ele.

Moitinho completou, em outubro, um ano à frente do 20 º BPM/M, em Itapevi. Completou também no mesmo período, 26 anos de carreira na Polícia Militar do Estado, que revela com muito orgulho. “Gosto muito do que faço. Meu pai era policial militar e não me vejo fazendo outra coisa na vida. Já disse e repito: nasci para ser policial”, enfatiza.

Confira abaixo trechos da entrevista que Ângelo Moitinho nos concedeu, onde respondeu perguntas sobre a abordagem policial ao cidadão e o papel da PM na segurança pública do Estado de São Paulo.

“Está tudo interligado. Se a cidade é segura, ela atrai investidores, temos geração de emprego e renda, e conseqüentemente redução da criminalidade”

Nesse primeiro ano à frente da Companhia, o Sr. diria que há muito o que comemorar?

Eu diria que estou muito feliz aqui, porque eu adoro essa cidade. Moro aqui com minha família, e posso dizer que é uma das cidades mais seguras da região. Você pode me ver na feira, no supermercado, ando pela cidade de chinelo e bermuda, porque me sinto seguro aqui, e sei que a população sente isso também, porque converso com as pessoas e vejo que elas estão satisfeitas com o trabalho realizado na segurança pública. Claro que há muito a ser feito, e estamos trabalhando para melhorar cada vez mais. Temos hoje uma ótima relação com a Polícia Civil e principalmente com a Guarda Municipal, que tem sido uma grande parceira.

Sobre o tratamento com a população, quais são as diretrizes bases na abordagem do cidadão?

Todo policial-militar é ensinado a tratar com respeito e cortesia o cidadão, ele existe para garantir a segurança do cidadão. Devemos contudo definir cada situação de atuação. Temos a atuação preventiva onde devemos nos fazer presente de forma ostensiva, não apenas prevenindo que as ações delitivas não ocorram, mas também auxiliando o cidadão das diversas formas, de prestar uma orientação simples a um socorro imediato, sempre cortês e solícito. A forma repressiva onde já tendo ocorrido o delito o PM atua de forma enérgica para restituir ao cidadão o bem subtraído e a paz perdida.

Muitas pessoas reclamam da abordagem policial, por ser uma situação muitas vezes constrangedora. Qual a posição da PM nessas ocasiões?

É sempre uma situação crítica, perigosa para o PM que a faz e constrangedora para quem a sofre. Não há nenhuma forma de prevenção mais eficaz do que a abordagem, nela podemos localizar armas, drogas, pessoas tidas como reféns, localizar veículos produtos de furto, roubo e todas as espécies de crimes praticados. Certa vez, em uma blitz, foi parado um automóvel com um casal na frente e um outro homem no banco de trás. Quando o policial pediu para eles descerem, o homem ao volante reclamou, dizendo que estava com a namorada, etc. O policial foi mais enérgico, e eles desceram. Os homens ficaram de um lado para serem revistados e a moça foi para o outro. Então ela disse que estava sendo sequestrada. Esse é só um exemplo da importância da abordagem.

O que o Sr. pensa sobre o desacato a autoridade ?

Felizmente, durante os meus 26 anos de serviço, nunca tive tal problema, sempre fui bem tratado, ou quando algo não acontecia como queria me colocava no lugar da outra pessoa para entender o que estava acontecendo. Aliás, tem algo que me irrita profundamente quando vou a um órgão público, que é o cartaz em letras garrafais trazendo o artigo da lei que versa sobre o crime de desacato, no entanto, não há nenhum cartaz dizendo que o funcionário é obrigado por lei, por estatuto do funcionário a tratar com cortesia, com respeito, com eficiência, com dedicação o cidadão e constar claramente a quem deve recorrer se tal não ocorrer. É horrível ir a um órgão público e se sentir menosprezado, um cidadão de segunda classe.

“Muitas vezes nos perguntam: Eu tenho cara de bandido? Como se o rosto do infrator da lei fosse diferente do nosso, ou dizem a velha frase: “Vai pegar bandido!”, o que devo confessar, irrita sobremaneira”

A abordagem de trânsito, a chamada Blitz, funciona?

As operações de bloqueio são muito eficientes, nela recuperamos veículos furtados, roubados além de prevenir esses tipos de delitos e o sequestro relâmpago. Há também um papel fundamental, que apesar de incompreendido é necessário, que é tirar de circulação os veículos em mau estado de conservação e os motociclistas infratores e suas motos irregulares. Hoje é normal se comprar um veículo em 60 meses, não são pessoas ricas, são pessoas que abriram mão de muita coisa para realizar um sonho de consumo. Ai, de repente, vem um cidadão com um veículo todo irregular, sem freios, sem a menor condição de circulação e bate no carro que você acabou de comprar. Ele não tem como pagar o conserto, não paga seguro e fica você com o carnê, que mais parece uma enciclopédia, e a desilusão de um sonho. Entendo, que compete ao Estado prevenir para que isso não ocorra, por mais que isso seja penoso tanto para o policial quanto para o proprietário.

“Eu ganhei uma Láurea de Mérito Pessoal de primeiro grau, que é o mais alto que a PM concede. Na época era Tenente, e estouramos um cativeiro, com ordem de mandado judicial. Em três minutos prendemos os bandidos e recuperamos o cidadão”

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Como funciona o atendimento à população na Companhia da PM?

Na Polícia Militar tudo é muito simples. Todo cidadão pode comparecer à Companhia e será atendido. Se ele notou que algo está diferente, que há a necessidade de mudar, estamos abertos a aceitar suas observações, debater e mudar o que for preciso, não somos os donos da verdade, somos servidores públicos militares, existimos para atender a população. Todos os meios e recursos que nos são disponibilizados são para usar em prol da comunidade, somos servidores e entre eles eu sou apenas o gestor, responsável pela administração de polícia militar no município.

Como debater a administração de polícia?

Simples, muitas vezes a comunidade tem uma visão equivocada quanto a alguns aspectos da segurança pública, por exemplo, as vezes sou questionado sobre atribuições que não são de polícia militar, são de outros órgãos, assim, não temos atribuição legal para agir, temos que em regime de cooperação atuar com outros órgãos públicos para atender os anseios da comunidade. Como exemplo podemos citar locais onde falta iluminação, muros de escola baixos, mato alto, que podem ser utilizados para a prática de delitos, então cientes, comunicamos a irregularidade a autoridade competente para resolver, por meio de ofício. De qualquer forma o cidadão sempre terá a resposta sobre a sua solicitação.

“Não somos os donos da verdade, somos servidores públicos militares, existimos para atender a população”

O Sr. Já recebeu homenagem por alguma ação em especial que realizou como policial militar?

Eu ganhei uma Láurea de Mérito Pessoal de primeiro grau, que é o mais alto que a PM concede. Na época eu era tenente, e tínhamos uma denúncia de cativeiro na cidade, no bairro Santa Rita. Na mesma hora eu entrei no judiciário e consegui um mandado de busca e apreensão.

Cercamos a casa e quando os criminosos perceberam já estávamos lá dentro. Tinham oito pessoas e uma era a vítima. Mas mandamos todos deitarem no chão com as mão na cabeça, e depois identificamos a vítima. A operação durou 3 minutos.

Como o Sr vê o atendimento da PM?

O nosso atendimento é muito bom, as nossas pesquisas de atendimento, que realizamos mensalmente, demonstram isso. O problema que estamos estudando como resolver é o do tempo de resposta, da solicitação do cidadão até a guarnição efetivamente chegar ao cidadão. Estamos estudando os gargalos, onde a guarnição está ficando e que não lhe permite atender a demanda da comunidade.

HOMICÍDIO CAI 70,2% Estado de São Paulo tem menor taxa dos últimos nove anos

São Paulo teve redução de 70% no número de homicídios dolosos, de 1999 a 2008. Tamanha diminuição das mortes intencionais é comparável à observada em dois casos mundiais de sucesso no combate à criminalidade: Nova Iorque, entre 1993 e 2003, e em Bogotá, mais recentemente.

Em São Paulo, como nessas duas cidades, após longo período de redução, o número de homicídios dolosos voltou a crescer. Mas, apesar da oscilação, o crime contra a vida se mantém sob controle. A taxa de homicídios no Estado caiu de 35,27 por grupo de 100 mil habitantes/ano, em 1999, para 10,95/100 mil, em 2009.

Após a queda histórica, o índice de mortes intencionais no Estado cresceu 7% no primeiro trimestre de 2010, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, a média de mortes intencionais foi de 11,7 por grupo de 100 mil habitantes, embora permaneça menor que a metade da média nacional, de 24,5/100 mil/ano.

 

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