O sequestro foi há um mês. A ação dos bandidos foi gravada pelas câmeras de segurança de uma empresa.
Em São Bernardo, a polícia prendeu três pessoas acusadas de sequestrar o filho de um comerciante de Itapevi. Um quarto homem, suspeito de ser o chefe da quadrilha, foi baleado e morreu.
O sequestro foi há um mês. A ação dos bandidos foi gravada pelas câmeras de segurança de uma empresa.
As imagens que ajudaram a polícia a identificar os sequestradores mostram o momento em que eles entram na loja e depois quando saem, levando o filho do empresário.
O rapaz foi libertado no começo do mês. A investigação descobriu que o chefe do bando era Wesley dos Santos.
A polícia diz que deu voz de prisão para ele, que estava no carro, mas Wesley reagiu, foi baleado e morreu. Os policiais foram até a casa dele, onde encontraram documentos de uma organização criminosa.
Wesley dos Santos já tinha sido condenado por roubo. No último natal, conseguiu permissão para visitar a família e não voltou para a cadeia da cidade de Reginópolis, no centro do estado.
As imagens mostram que o carro de cor prata que para em frente à loja da vítima pertence aos acusados de serem os sequestradores. Três homens descem, entram no estabelecimento e retiram o rapaz à força. Outras câmeras da cidade registraram a fuga. Depois de 23 dias dessa ação, a família faz um apelo e recebe instruções dos sequestradores.
“Tudo que a gente quer é o meu sobrinho, cara”, diz um parente da vítima. O seqüestrador orienta que ele vá no sentido Santos, cidade do litoral paulista.
De uma favela às margens da Rodovia dos Imigrantes, no ABC, dentro de uma casa úmida, o estudante pôde falar pela primeira vez com a família. Era a prova de vida. “Tio, estou bem”, diz a vítima.
Com o telefone ligado, o parente do rapaz seguiu até uma passarela sobre a estrada. No caminho, ouviu uma ameaça. “Qualquer graça, o seu sobrinho daqui voa”, ameaça o seqüestrador.
O parente que negociou a libertação do rapaz, fala sobre o trauma para a família. “Noites e dias sem dormir. Para nós, o mais difícil era olhar o pai e a mãe dele, que sofriam constantemente, e a gente sem saber o que fazer e como poder ajudar o meu irmão e a minha cunhada, né?”.
Durante o sequestro, dois integrantes da quadrilha foram presos. De dentro da cadeia, por telefone, eles falavam com comparsas sobre o crime. Acompanhando as conversas, policiais identificaram todo o grupo e descobriram, inclusive, que uma pessoa próxima à família ajudou na escolha da vítima.
“Sabemos quem foi e atuaremos agora também para prender essa pessoa”, diz o delegado Gilmar Bessa.
Na noite desta quinta-feira (31), em uma operação, dois homens e uma mulher foram presos. Um rapaz apontado como mentor do sequestro reagiu e foi morto pela polícia.
