Preso delegado suspeito de extorquir traficantes

Foto-Ed Viggiani/AE
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Fonte-Webdiario

Pedro Luís Pórrio, que trabalhou em Osasco, é acusado de extorquir R$35 mil de um traficante de Campinas e mais R$800 mil do colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, que morava na Aldeia da Serra, em Barueri

Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo espera prender outros cinco policiais civis acusados de roubo, tortura e corrupção envolvendo um traficante. Anteontem, o juiz Nelson Benevides, da 3ª Vara Criminal de Campinas, decretou a prisão de nove policiais, entre eles o delegado Pedro Luiz Pórrio, que comandava o Setor de Investigações Gerais (SIG) e a Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes (DISE) de Osasco.

O delegado se apresentou, no final da noite de ontem, ao presídio da Policia Civil, em Santana, na zona Norte de São Paulo. Outros três policiais civis também já foram detidos – Eduardo Silva Benevides, Antônio Caballero Cursi e Francisco Nascelio Pessoa.A polícia agora quer prender os investigadores Regina dos Santos, Pablo Ricardo Pereira Xavier, Luiz Cláudio de Oliveira e Sandro dos Santos e o agente de telecomunicações Daniel Pereira Dutra.

Todos correm risco de serem expulsos da corporação e estavam, há quase um mês, sob investigação do Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) de Campinas.

Além do delegado Porrío, de Osasco, outros policiais investigados também trabalhavam na sub-região, alguns deles na Dise.

No caso da prisão de ontem, Porrío e alguns dos policiais são acusados de tentar extorquir R$35 mil de um traficante de Campinas. Mas sobre o delegado ainda pesa a acusação de outra extorsão, que corre em sigilo de Justiça, na qual Porrío é suspeito de pedir R$800 mil ao colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, que foi preso em sua casa na Aldeia da Serra e é considerado um dos maiores traficantes da América Latina.

O delegado nega as acusações de extorsão ao colombiano. O advogado do delegado, Daniel Leon Bialski afirma que Pórrio é inocente e está sendo vítima de traficantes.

A investigação conjunta da Corregedoria da Polícia Civil de Campinas, Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo pediu a prisão do delegado e dos policiais com base em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, onde Porrío aparece negociando os valores da extorsão ao traficante de Campinas. Segundo o Ministério Público, Pórrio fazia os acertos através do celular e de um rádio.

O envolvimento em Campinas

Escutas telefônicas, que levaram à prisão do delegado e dos policiais, começaram no dia 21 de setembro e podem ter ligação com uma prisão feita pelo delegado Pedro Porrío, no dia 24 do mesmo mês, em Campinas.

Na época, o delegado comandou a prisão de um chefão do tráfico daquela cidade identificado como José Silas Pereira da Silva.

Ele foi preso na rodovia Dom Pedro I e após o cerco da polícia se rendeu e levou os investigadores até seu sítio. Durante busca ao imóvel foi encontrada apenas uma carabina de calibre 28.

Pressionado, Silas confessou que escondia as drogas na casa de sua sogra. Ao chegar ao endereço, a mulher de Silas, identificada como Érika, tentou impedir a entrada da polícia. Dentro de um cofre foram apreendidos R$ 34 mil em dinheiro, possivelmente oriundos do tráfico, embora Silas tenha alegado que o dinheiro era da venda de um carro. No quintal foram encontrados dois tambores enterrados, que estavam vazios, mas com restos de cocaína em seu fundo.

As investigações atuais indicam que Porrío além de tentativa de extorsão também é suspeito de sumir com o dinheiro apreendido os ( R$34 mil).

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