Nem mesmo a ameaça de impugnação foi suficiente para que o deputado João Caramez (PSDB) integrasse a nova diretoria do PSDB estadual. O parlamentar ficou de fora da Executiva do partido, eleita durante a convenção da sigla.
Inicialmente, o evento estava previsto para sábado, mas foi adiado para a última quinta-feira, 12, devido à falta de consenso entre os tucanos.
Caramez, que ocupou o cargo de vice-presidente no último mandato, chegou a protocolar um pedido para integrar o diretório paulista, sob a ameaça de impugnar a convenção do partido. “Eu protocolei o pedido para a inclusão do meu nome na lista do diretório, caso isso não acontecesse o próprio documento pedia a impugnação”, explicou o parlamentar.
No entanto, o aviso não surtiu efeito e ele ficou sem espaço na direção da legenda. De acordo com o deputado, ele foi indicado pela base para compor o diretório, porém seu nome não constava na chapa. “Vejo com bastante indignação o fato de não terem respeitado a indicação da base partidária. São os prefeitos, os vereadores e deputados do partido que formam a base partidária. Ela é representativa e é preciso fazer valer sua vontade”, afirmou o parlamentar, um dia antes da convenção.
Os outros dois deputados tucanos da região: Celso Giglio (estadual) e Bruna Furlan (federal) também ficaram de fora da direção do PSDB paulista.
Sem espaços
Marcada pela falta de entendimento, a convenção do PSDB estava marcada para sábado, 7, porém precisou ser adiada para quinta-feira, 12, com o intuito de evitar um novo racha na legenda, como aconteceu há cerca de um mês, na reunião do diretório municipal da capital paulista. Na época, a disputa por espaço ficou evidente com a debandada de seis vereadores tucanos.
Questionado sobre a possibilidade de deixar a sigla por não ter sua reivindicação atendida, Caramez alegou que não cogita mudar de legenda nesse momento. “Não estou pensando nisso”, comentou.
A disputa por espaço dentro do partido reflete a crise interna vivida pelo PSDB em São Paulo, desde o início do ano. Ainda sim, Caramez vê com naturalidade o momento tumultuado que a sigla enfrenta.
“Vejo com naturalidade, só que você precisa ter equilíbrio emocional e político para tomar as decisões certas e corrigir aquilo que está errado. O problema é que, à medida que você desrespeita decisão da base partidária, fica mais difícil resolver essa situação”, esclareceu.
