Confirmada contaminação da avó e 3 primos da menina que morreu de grípe suína em Osasco

gripe_suinaCom isso cidade passa a ter 12 casos confirmados. Saúde descarta pânico e diz que situação está sob controle

 Fonte Webdiario

 Ontem, à noite, a Secretaria de Saúde de Osasco confirmou a contaminação pela gripe A (H1N1) da avó e três primos da vítima fatal da doença na cidade. A avó e um dos primos estão internados e as outras duas crianças estão sendo monitoradas. Todos passam bem. Com isso, a cidade registra, desde abril, 12 casos confirmados da doença. Na manhã de terça-feira, foi confirmada a contaminação de três primos da menina de 11 anos.

 

Dois familiares, a mãe e o irmão caçula da vítima, já tiveram alta. Já o pai deve ser liberado ainda esta semana. Ele está internado no hospital Emílio Ribas, em São Paulo, porque sofre de hipertensão e está em observação para evitar que o quadro se agrave em decorrência da doença pré-existente. Outro fator que levou a equipe médica a mantê-lo internado é que sua gripe evoluiu para pneumonia. A situação está sob controle. A avó também está com suspeita de estar com a gripe.

 A morte da menina foi o 2º caso no país e o 1º no Estado de São Paulo. Ela também tinha complicações de saúde anteriores à contaminação.

 Ontem, o Rio Grande do Sul anunciou a morte de um menino de 9 anos pela doença. Ampliando para duas mortes no estado e a terceira no país desde que a epidemia começou.

Passados quatro dias do anúncio da morte da menina em Osasco, parentes da menina não aceitam o fato de a Secretaria Estadual de Saúde ter comunicado o caso à imprensa antes de avisar a família.

 Em entrevista à imprensa, Jurandir Pedro Vieira, de 59 anos, tio da vítima, fez duras críticas às autoridades pela forma como o assunto foi tratado.

 Para ele, a postura correta do governo seria falar com a família antes. Toda a vizinhança ficou em estado de alerta e sem saber o que aconteceu. Ontem, a reportagem do Diário da Região ouviu dois vizinhos e eles confirmaram o clima de tensão no bairro. Uma delas disse que foi ao médico duas vezes por conta de um resfriado comum.

 A Secretaria de Estado da Saúde optou por não responder às reclamações e disse que a “família passa por um momento difícil”.

 Outra acusação do tio é de que o governo estadual tenha sido precipitado em anunciar a morte da sobrinha pelo confirma que a menina passou a apresentar dor abdominal, vômito e febre, no dia 28 de junho, mas diz que foi precipitado anunciar que a morte foi pelo H1N1, como fez o secretário Luiz Barradas Barata em entrevista na última sexta-feira.

 Ao site da Globo, o G1, Jurandir disse: Do que minha sobrinha morreu? Não sei. Essa semana vou buscar o resultado. Ninguém sabe o resultado. E por que não avisaram antes a família de que era gripe suína?

 De acordo com a Secretaria da Saúde, a morte foi decorrente de uma septcemia, que é uma infecção generalizada por bactérias no sangue, no caso da menina foi o pneumococo. O que o tio da garota alega é que o corpo foi para o Serviço de verificação de Óbito (SVO), que atestará a causa da morte. Isso ainda não ocorreu. Para ele há precipitação ao chegar à conclusão de que foi gripe suína. Descobriu-se que ela estava com o vírus mas essa pode não ser a causa morte.

 A menina passou pelo médico no dia em que começou a se sentir mal. Voltou ao mesmo local no dia 29, mas desta vez com febre de 39 graus, tosse, dores no corpo e vômito. Depois de medicada, foi liberada. No dia seguinte, deu entrada no Sino-Brasileiro com infecção generalizada e não resistiu a uma parada cardíaca.

 O tio alega que a sobrinha teve pneumonia com 7 anos e não era uma criança frágil como foi falado. “Somos uma família muito unida e está difícil aguentar tudo isso. Minha cunhada teve de deixar a casa por não ter sossego para cuidar do meu sobrinho. Está todo mundo perguntando e se afastando da gente. Não temos paz”, disse Vieira ao G1.

 

“Não há motivo para pânico”, diz coordenadora do

Centro de Vigilância Epidemiológica de Osasco

 Em entrevista ao Diário, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Osasco, Carmecy Lopes, afirma que, apesar disso, não há motivo para pânico na cidade. A maioria dos casos está relacionado aos familiares da garota. “Estamos fazendo também um monitoramento, com acompanhamento diário, de todas as crianças que estudavam na mesma sala da garota e de seu irmão, além de professores e dos alunos que utilizavam o mesmo transporte escolar. Até agora, não houve qualquer caso confirmado”, explica. Segundo ela, também não há casos suspeitos e nem confirmados no bairro onde a família reside e ainda na região onde fica a escola.

 A coordenadora também ressalta que os moradores do bairro não precisam tomar nenhum cuidado especial. “A gripe só é transmitida por contato direto, como tosse ou espirro. As orientações, para os vizinhos, é a mesma da população em geral. Eles devem procurar o serviço de saúde se apresentarem sintomas graves de gripe, com uma febre que não cede nem com o uso de medicamentos”, explica.

 De acordo com Carmecy, a rede de saúde está preparada para receber e identificar esses casos. “Ao procurarem uma unidade de saúde, eles serão informados sobre como proceder, seguindo as determinações do Ministério da Saúde”, completa.

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