Barrado pela Ficha Limpa, tucano consegue liminar para assumir na Assembleia

Caramez11O deputado estadual pelo PSDB, João Caramez, conseguiu medida cautelar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que permite que ele seja diplomado e empossado para novo mandato no dia 15 de março na Assembléia Legislativa de São Paulo. A decisão pode mudar a configuração política da Casa.

Caramez recebeu 98.709 mil votos em outubro, mas teve a candidatura impugnada pelo Ministério Público e rejeitada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em razão da Lei da Ficha Limpa. O deputado havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por improbidade administrativa quando era prefeito de Itapevi (1993-1996).

O advogado de Caramez, Anderson Pomini, apresentou recurso no TSE ainda em 2010. No dia 2 de dezembro, o relator do processo aceitou o recurso, mas o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, pediu vista e adiou a decisão. Agora, com a aceitação da cautelar, fica suspensa a decisão inicial do TRE-SP, que barrava Caramez.

A princípio, Caramez substitui o deputado tucano que foi eleito com menos votos, e compõe a atual segunda maior bancada da Assembleia, com 23 deputados. No entanto, com a validação dos votos de Caramez e a recontagem geral, é possível que o PSDB atinja o coeficiente eleitoral que lhe permite ampliar sua bancada para 24 deputados. Nesse cenário o PT, com atuais 24 deputados e a maior bancada da Casa, ficaria com 23 e seria ultrapassado pelo PSDB.

De acordo com o advogado de Caramez, ele deve comunicar na próxima segunda-feira, 28, a aprovação da cautelar que fará Caramez ser empossado ao TRE-SP, que deve então realizar a recontagem dos votos.

Ainda assim, resta a Caramez ser julgado pelo TSE – o que só deve acontecer quando o Supremo Tribunal Federal decidir pela aplicação ou não da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010. Segundo informações, o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski só deve começar julgamentos de casos da Ficha Limpa após a posse e o posicionamento do 11º ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.

 

Relacionados