Parlamentares irão debater que posições tomar diante da atual situação política de Jandira. Instabilidade dificulta definição de cenário eleitoral de 2012
Os vereadores de Jandira devem debater, nos próximos dias, o futuro da atual prefeita da cidade Anabel Sabatine (PSDB). Na reunião, que deve acontecer antes da sessão ordinária de terça-feira, 10, os legisladores discutirão que posição tomar diante do cenário político do município.
Nos bastidores, há quem diga que a tucana corre o risco de sofrer um impeachment. Isso porque o Tribunal de Justiça (TJ-SP) analisa o pedido da polícia para voltar a investigar a prefeita por suposta participação na execução do ex-prefeito da cidade Braz Paschoalin, morto com onze tiros de fuzil em 10 de dezembro de 2010.
Se Anabel retornar à linha de investigação, a Lei Orgânica do município prevê a suspensão da prefeita, que ficaria 180 dias afastada do cargo. Nesse período, uma comissão criada pela Câmara Municipal apuraria seu suposto envolvimento no crime. Ao final do prazo, o resultado da investigação seria submetido ao plenário para que os parlamentares decidissem qual medida tomar, dentre elas, há a possibilidade de pedir a cassação do mandato da tucana.
O procedimento está previsto no artigo 48, da Lei Orgânica do município: “O prefeito ficará suspenso das suas funções (I) nas infrações penais comuns, se recebida denúncia ou queixa-crime pelo Tribunal de Justiça do Estado”.
Segundo vereadores, se Anabel for citada no processo que investiga a morte de Braz já está configurada a infração penal. Os parlamentares inclusive já têm um encarregado para analisar os autos do processo.
Indefinido
A situação agrava ainda mais a instabilidade política que Jandira enfrenta, desde dezembro, e intensifica os questionamentos sobre o cenário das eleições de 2012. Enquanto nas cidades vizinhas começam a surgir potenciais candidatos ao comando das prefeituras, a disputa em Jandira permanece indefinida.
Além de Anabel, candidata natural à reeleição, outros políticos têm futuro incerto na cidade. Dentre eles, o ex-prefeito Paulo Henrique Barjud (PT), conhecido como Paulinho Bururu. O petista está sendo investigado por suposto envolvimento com a máfia da merenda e já teve doze imóveis sequestrados pela Justiça. Em março, ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma, mas foi solto no mesmo dia e responde ao processo em liberdade.
A condenação de onze parlamentares jandirenses por uso injustificado da cota de combustível também pode retirar nomes fortes da disputa pela sucessão municipal, como o do atual presidente da Câmara Wesley Teixeira (PSB), do vereador Reginaldo Camilo dos Santos (PT), o Zezinho, e de Geraldo Teotônio da Silva (sem partido), o Gê. Isso porque, a sentença do juiz Claudio Salvetti D’Angelo, da 2ª Vara Distrital de Jandira, prevê a perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por oito anos. No entanto, os legisladores já afirmaram que vão recorrer da decisão.