Que empresas são suspeitas por carne podre? Veja esta lista e tire dúvidas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou, nesta terça-feira (21), os motivos pelos quais as 21 empresas da Operação Carne Fraca estão sendo investigadas (uma delas, a Peccin, entra duas vezes na conta porque são duas unidades diferentes em investigação)

Há suspeitas de venda de carne estragada e de corrupção de fiscais. Apenas três delas são suspeitas de vender carne deteriorada ou vencida. A maioria das 21 citadas não tem relação com carne estragada, mas com problemas administrativos, segundo o ministerio.

No entanto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, contestou as informações apresentadas pela Polícia Federal. Segundo ele, o ácido divulgado como cancerígeno é vitamina C e o papelão que teria sido misturado aos embutidos se refere a embalagens.

Empresas gigantes do setor, como JBS (dona da Seara, que está na lista) e BRF (Sadia e Perdigão) não são suspeitas de vender carne estragada, segundo a lista do ministério. Elas são suspeitas de corrupção e fraude administrativa.

Entenda abaixo quais são as acusações para cada empresa:

Suspeita de carne estragada ou vencida, uso de papelão ou outras carnes

– Peccin Agro Industrial, do Jaraguá do Sul (SC) e de Curitiba (PR) : suspeita de utilizar carne estragada em salsicha e linguiça e utilizar aditivos acima do limite ou proibidos. Também é acusada de misturar papelão na carne e preparar amostras no padrão exigido só quando era fiscalizada.

– Frigorifico Larissa, de Iporã (PR): suspeito de vender produtos vencidos, trocar etiquetas e transportar produtos sem a temperatura adequada.

– Frigorífico Souza Ramos, em Colombo (PR): suspeita de substituir matéria-prima de peru por carne de outras aves.

 

Suspeita de corrupção e fraudes administrativas

Fora os problemas de qualidade das carnes, há investigação sobre corrupção e outras fraudes administrativas, como dificultar ações de fiscalização, irregularidades no procedimento de certificação sanitária, tentativa de evitar a suspenção de exportações, poluição ambiental, uso de senha de servidor do ministerio da agricultura e falta de controle no recebimento da materia-prima. Confira a lista das empresas com essas acusações:

 

 – Seara (da JBS) – Lapa (PR): Irregularidades no procedimento de Certificação Sanitária

 – BRF – Mineiros (GO): Corrupção, embaraço da fiscalização internacional e nacional e tentativa de evitar a suspensão de exportação

 – Frigorífico Oregon – Apucarana (PR): Corrupção e tornar difícil as ações de fiscalização

– Frango D M Indústria e Comércio de Alimentos – Arapongas (PR): Corrupção

 – Frigorífico Argus – São José dos Pinhais (PR): Uso de senha do servidor do Ministério da Agricultura pelo funcionário da empresa

 – Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes – Arapongas (PR): Poluição ambiental e corrupção

 – JJZ Alimentos – Goianira (GO): Embaraço da atividade de fiscalização e corrupção

 – Indústria de Laticínios S.S.P.M.A. – Sapopema (PR): Dificultar as ações de fiscalização

 – Breyer & CIA – União da Vitória  (PR): Corrupção

 – Central de Carnes Paranaense – Colombo (PR): Corrupção

 – E.H. Constantino & Constantino – Londrina (PR): Corrupção

 – Fábrica de Farinha de Carnes Castro – Castro (PR): Não controle de recebimento de matéria-prima

 – Transmeat Logística, Transportes e Serviços – Balsa Nova (PR): Corrupção

 

Suspeitas ainda não reveladas

Há, ainda, empresas com irregularidades em apuração, cujos problemas não foram divulgados pelo ministério. São estas três:

 – Indústria e Comércio de Carnes Frigosantos – Campo Magro (PR)

 – Balsa Comércio de Alimentos – Balsa Nova (PR)

 – Madero Indústria e Comércio – Ponta Grossa (PR)

 

Respostas das empresas

A BRF informou que “não compactua com práticas ilícitas” e que, ao ser informada da operação da PF, tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. “Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompativel com a legislação vigente, a BRF tomara as medidas cabiveis e com o rigor necessario”.

Em nota em seu site, a Peccin Agro industrial informou que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e “lamenta a divulgação precipitada de inverdades sobre o seu sistema de produção”.

A Frigorífico Larissa disse que o Ministério da Agricultura faria uma inspeção no estabelecimento nesta terça-feira (21) e que após a conclusão do laudo poderia dar um posicionamento.

O advogado da Indústria e Comércio de Carnes Frigosantos, João Francisco Monteiro Sampaio, afirmou que a empresa ainda não sabe o motivo pelo qual está sendo investigada.

Em nota em seu site, o Frigorífico Rainha da Paz informou que “mantém rigoroso controle de qualidade e de higiene em seu processo produtivo, com cumprimento das normas sanitárias pertinentes”.

A Breyer & Cia informou que é uma empresa de mel e cera de abelhas e não tem relação comercial com frigoríficos. “Quanto ao pagamento de contraprestações apontadas na investigação dos frigoríficos, a empresa Breyer não necessita de favorecimentos considerando seu comprometimento com a qualidade”. A empresa se diz contra esse tipo de ação.

A Frango D M Indústria e Comércio de Alimentos disse que a empresa foi mencionada devido à doação de duas caixas de carne de frango. O proprietário da empresa, Domingos Martins, informou, por meio de nota, que o fato realmente aconteceu e foi autorizado como uma contribuição a um evento sem fins lucrativos. “Após vistoria na industria, realizada na sexta-feira (17), nenhuma irregularidade foi verificada e a produção segue normalmente”.

A reportagem também entrou em contato com o Frigorífico Argus, JBS, responsável pela Sadia, Madeiro Indústria e Comércio e JJZ Alimentos, mas não teve resposta nesta terça-feira (21).

O UOL não conseguiu contato por telefone com as empresas Oregon, Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes, Indústria de Laticínios S.S.P.M.A, Central de Carnes Paranaense, Frigorífico Souza Ramos, E.H. Constantino & Constantino, Fabrica de Farinha de Carnes Castro e Transmeat Logistica.

Fonte Uol

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