Prefeitura de Itapevi homenageará Dia da Imprensa em data errada

Kazumi Kusano
Editor do Itapevi Agora

Por desinformação da Coordenadoria de Comunicação Social, a Prefeitura de Itapevi está cometendo uma gafe imperdoável ao convidar os veículos de comunicação da região para um almoço com a prefeita Ruth Banholzer marcado para o dia 11, no restaurante Alpha Grill, em Alphaville, a pretexto de comemora ro Dia da Imprensa. A jornalista Ada Bonifácio Baranauskas, coordenadora municipal de Comunicação Social, não sabe que há sete anos o Dia da Imprensa foi mudado de 10 de setembro para 1º de junho.

A data foi alterada pela lei nº 9.831, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 13 de setembro de 1999. Esta data é uma homenagem ao “Correio Braziliense”, o mais antigo jornal brasileiro, fundado por Hipólito José da Costa, que começou a circular em 1º de junho de 1808. A data antiga homenageava a “Gazeta do Rio de Janeiro”, cuja primeira edição foi lançada em 10 de setembro de 1808.

O Dia da Imprensa, ressalta a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), é uma data para “uma reflexão sobre a importância da liberdade de Imprensa na construção de uma sociedade efetivamente democrática no País, pois sem ela os países mergulham no totalitarismo”..
Por falar em liberdade de Imprensa e direito à informação, assegurados pela Constituição, muitos leitores do Itapevi Agora devem ter notado que, nas últimas quatro edições (incluindo esta), este jornal não tem publicado matérias sobre obras, serviços e outras realizações da Prefeitura de Itapevi.

Estou publicando esta matéria para esclarecer aos leitores que não se trata de boicote deste jornal, mas de uma infeliz represália da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura, por causa da reportagem “Eletropaulo multa Prefeitura em R$ 12 mil por fraude em energia”, publicada na edição nº 602 (de 19 de agosto).

Infeliz porque – além de ser uma atitude fascista, antidemocrática — é um grosseiro erro de estratégia de comunicação, por estar sonegando informações à população do município, pois ninguém pode negar que o Itapevi Agora consolidou-se como principal veículo de comunicação da cidade, resultado da credibilidade conquistada com muito trabalho, determinação e persistência, em seus quase 14 anos de existência,

E também porque a Prefeitura perde os espaços que tinha, sem nenhuma exigência de contrapartida, pois as páginas deste jornal não são moeda de troca nem pé-de-cabra.
O Itapevi Agora nunca esteve de pires na mão, pedindo anúncios oficiais (e muito menos “mesadas” e empregos) à Coordenadoria Municipal de Comunicação Social, porque nasceu, cresceu e se consolidou sem jamais depender dos poderes públicos e vem provando aos detratores sua independência editorial e financeira.

Além disso, como as informações oficiais da Prefeitura são públicas e divulgadas aos demais veículos de comunicação da região, há outros meios de obtê-las.
Em vez de nos silenciar, esse fracassado “boicote” é mais um incentivo à reafirmação de autonomia deste jornal, pois deu mais garra profissional à nossa equipe, estimulando-nos a buscar as notícias com mais afinco ainda.

As fontes de informação que temos – em todos os setores do município — foram formadas e cultivadas ao longo destes quase 14 anos, e não em 18 meses.
Políticos locais de todas as corren-tes – da direita à esquerda – sabem que o Itapevi Agora nunca deixou de publicar denúncias trazidas a este jornal, contra quem quer que seja, desde que venham documentadas e fundamentadas.

A represália — Desde o início da atual gestão, a Coordenadoria passou a executar um trabalho disciplinado (ao contrário do que acontecia nas gestões anteriores), enviando por e-mails aos jornais da região os press-releases (material de Imprensa) religiosamente às quartas-feiras, só remetendo excepcionalmente, na quinta ou na sexta, algumas matérias adicionais.

No final da tarde de 24 de agosto, a jornalista Ada Bonifácio Baranauskas, coordenadora municipal de Comunicação Social, veio à redação em companhia do também jornalista Élcio Ferreira, funcionário da Coordenadoria, e de Fábio, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Entregou-me o pedido de direito de resposta à reportagem publicada no dia 19, na qual já constava uma versão mais resumida das alegações da Prefeitura. Respondi que o publicaria, mas antecipei que manteria o que fora escrito, pois a matéria baseou-se em fonte segura da sede da AES Eletropaulo.

Como já era quinta-feira, perguntei-lhe porque a Prefeitura ainda não tinha mandado nenhum e-mail com matérias. Ada respondeu-me que não sabia e que verificaria o que estava acontecendo assim que chegasse à Coordenadoria. Às 17h17, chegaram duas notinhas irrelevantes.

Desde então, a Coordenadoria parou de enviar o material de Imprensa a este jornal. Como tratou-se de uma decisão unilateral, não cobrei mais a remessa.

Com insistência, jornalistas do setor insistiram na nossa participação na entrevista coletiva dos prefeitos Ruth Banholzer e Paulinho Bururu (Jandira) que seria realizada no dia 30. Como não nos mandaram e-mail informando horário e local, não fomos.

O jornal foi formalmente convidado para o almoço com a prefeita que será realizado na segunda-feira. Também não iremos, porque continua em vigor o infeliz e inócuo “boicote” da Coordenadoria de Comunicação Social, determinado não sei por que instância.

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