Prefeitura adquire “placas curativas” para acelerar cura de pacientes em Itapevi

Há três décadas a aposentada Helena Maria Severo de Lima, 70, lutava contra as dores causadas por uma ferida crônica. Neste ano, porém, a vida dela mudou graças a uma iniciativa da Prefeitura de Itapevi. “Depois de 30 anos, voltei a conseguir dançar forró e a me divertir com filhos e netos”.

Desde abril de 2017, Dona Helena e muitos outros pacientes atendidos pela rede municipal de saúde contam com um tratamento especial para feridas crônicas: são as “placas curativas”, que aceleram a cura e tornam a cicatrização mais segura.

“A nova tecnologia usada para os curativos, além de atender de forma mais adequada os pacientes, trazem de volta à alegria de viver, fazendo com que voltem ao convívio social”, diz a secretaria de Saúde e Bem-Estar de Itapevi, Luiza Nasi.

Ao todo, a Prefeitura adquiriu três tipos de placas. As de alginato de cálcio, que têm prata iônica como componente ativo, são indicadas para feridas com grandes exsudatos (secreções produzidas como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos) e áreas contaminadas.

Já as placas de ibuprofeno servem para reduzir a dor em pacientes com grande sensibilidade. Há ainda as placas de silicone, que são utilizadas para feridas com secreções, proteção e preenchimento de cavidades para facilitar a cicatrização.

“Os curativos fornecem condições mais eficazes de cicatrização de feridas úmidas e controle efetivo de secreções resultantes de danos nos tecidos e vasos sanguíneos”, explica Sheila Crepaldi, técnica de enfermagem e uma das responsáveis pelo acompanhamento da implementação da tecnologia no município.

A necessidade de trocar ataduras e gazes diariamente prejudica a cicatrização. Já com as placas, a pele se regenera melhor devido aos componentes medicinais dos materiais, que retém os exsudatos e ativam as células de cicatrização. O uso da tecnologia é indicado para feridas crônicas, como úlceras diabéticas, queimaduras de segundo grau e feridas pós-operatórias.

“Com esta novidade, diminuímos a demanda de curativos nas unidades de saúde, evitamos desgastes aos pacientes, além de proporcionar, sobretudo, conforto, bem-estar e um prognóstico de cura mais rápido e seguro”, explica Antonia Souza, enfermeira coordenadora das USF (Unidades de Saúde da Família) de Itapevi.

“Diminuímos o retorno do paciente às unidades de saúde e atendemos mais pessoas. Como o paciente com o curativo da placa volta menos, podemos agendar e atender mais munícipes. O número de atendimentos em geral aumenta devido à diminuição do retorno por curativos de quem usa a placa”, explica o secretário adjunto de Saúde e Bem estar, André Luis Vieira.

Moradora do Parque Wey, Eliana Aparecido Cortez, 69, fazia há mais de 10 anos  curativos tradicionais para tratar uma úlcera varicosa. “Cheguei a ficar oito anos sem entrar em um supermercado para fazer compras porque eu não me sustentava 30 minutos em pé”, conta.

Após seis meses usando as placas curativas, a realidade é outra. “Já fechou bastante minha ferida. Antes eu não andava. Hoje, caminho e não tomo mais qualquer medicação, inclusive reduzi a medicação para dor. Eu não cozinhava, não passava roupa, não limpava o quintal e não costurava, agora faço tudo normalmente”, diz.

Para receber as placas curativas, o paciente precisa passar por triagem e avaliação clínica nas unidades de saúde de Itapevi.  Para otimizar o tratamento, 100% dos enfermeiros da rede municipal foram capacitados a utilizar a nova tecnologia. Desde o início de sua utilização, as placas já foram utilizadas em 100 pacientes.

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