Em Itapevi a “novela” da falta de iluminação pública está dando o que falar. Semana passada, para acabar com a escuridão em ruas da cidade, a população teve que recorrer ao Quarto Poder, a Imprensa. Afinal, o povo não pode ficar no escuro à espera de um milagre ou de uma medida do Poder Público Municipal. Realmente não dá para ficar parado, nem esperar alguma ação de uma administração que arrecadou R$ 8 milhões com a taxa de iluminação pública e só aplicou R$ 89 mil. Por isso, desesperados com esta situação caótica, os moradores de Ambuitá e Jardim São Luís pediram ajuda ao Jornal Itapevi Agora. Resultado: em menos de 24 horas o problema foi resolvido.
Assim, ruas iluminadas, fim da escuridão, população satisfeita. Pois é, para estes munícipes sim. Mas, ainda há muitos outros que sofrem com a falta de iluminação nas ruas dos bairros.
Será que os moradores que permanecem na luta por iluminação em seu bairro também precisam recorrer à imprensa para ver o seu pleito atendido? Serão necessários outros protestos e manifestações para que chegue ao fim esse descaso com a iluminação pública no município de Itapevi?
Apostar neste tipo de mobilização, como a realizada pelos moradores de Ambuitá e Jardim São Luís, para solucionar este tipo de problema é uma hipótese a ser estudada. Mesmo que contrarie alguns representantes da população como é o caso do vereador Luciano de Oliveira Farias, o Bolor, que em declaração durante a sessão desta terça-feira, dia 11, na Câmara Municipal, questionou o manifesto da imprensa local e dos moradores de Ambuitá e Jardim São Luís, alegando que o fato dos munícipes terem acendido velas como forma de protesto representa que “estas pessoas não gostam da cidade”.
Vereador é realmente hilária esta sua afirmação. Desde quando lutar pelos seus direitos representa não gostar da cidade? Muito pelo contrário, o manifesto foi justamente porque estes munícipes gostam de Itapevi, zelam pelo seu bairro e principalmente lutam pela segurança de seus familiares. Se eles não tivessem acendido as velas e buscado ajuda do Quarto Poder, quando veriam as ruas do bairro iluminadas?
Bolor seu posicionamento quanto ao manifesto destes moradores chega a ser cômico. Se ao invés de julgar a imprensa e a população, se este é ou não o modo adequado de lutar pela iluminação das ruas, tivesse intercedido com afinco por ela, o povo não precisaria fazer este manifesto.
A população conhece seus direitos. Não adianta fazer discursos vazios, alimentando a tola ilusão de que “tem poderoso lutando para que a cidade fique as escuras”. Parece até estorinhas infantis, onde sempre tem um lobo mau que pega criancinhas para fazer mingau. Desculpe, mas desta vez, o lobo mau está à frente de todos e chama-se incompetência administrativa.
Vereador Bolor de tudo o que foi dito em seu discurso há apenas dois pontos que estou de acordo. Um é quanto a sua afirmação de que os moradores da cidade pagam pela iluminação. Disso todos nós sabemos. Mas, infelizmente, não temos conhecimento de onde estão os R$ 8 milhões arrecadados para iluminação pública.
O outro ponto em que concordo é quanto a sua afirmação de que “a Câmara tem que tomar partido disso”. Se para vocês, vereadores, esta é uma novidade, para nós, a população de Itapevi, é fato. Fiscalizar, tomar providências quanto ao descaso que vive a cidade no setor de iluminação pública é um dever do Poder Legislativo. Fala sério, demorou para descobrir isso!
Enfim, para a população está claro. Se não pode contar com os representantes que ocupam cadeiras na Câmara Municipal de Itapevi, salvo exceção, para solucionar seus problemas quanto a falta de iluminação nas ruas da cidade, o jeito é recorrer à imprensa. Em Itapevi é assim, se não tem cão, caça com o Quarto Poder!