Fórum debate ações para melhorar vida de pessoas com deficiência em Itapevi

A Prefeitura de Itapevi promoveu, nesta sexta-feira (26), o “I Fórum de Políticas Integradas à Pessoa com Deficiência”, realizado pelo Grupo de Apoio à Inclusão (GAI). O evento aconteceu na Secretaria de Educação e Cultura e reuniu cerca de 150 pessoas.

Com o tema “Inclusão Como Direito Humano”, o fórum teve como objetivo discutir a implementação de políticas integradas de inclusão na cidade. A realização do Fórum é uma parceria entre as secretarias de Educação e Cultura; Desenvolvimento Social, Defesa da Cidadania e da Mulher; Saúde e Bem-Estar e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Itapevi.

A iniciativa reuniu pessoas com deficiência, familiares, profissionais da área e o público em geral. A coordenadora do GAI, Amabili Corina Canola, explicou que foram discutidos assuntos de três eixos: educação inclusiva, empregabilidade e políticas públicas.

“As propostas que forem adiante, encaminharemos aos poderes Executivos e Legislativo para que sejam pensadas em criação de leis e medidas efetivas que busquem a adequação da sociedade como um todo à melhoria da realidade dos deficientes físicos da cidade”, explicou.

A secretária de Desenvolvimento Social, Defesa da Mulher e da Cidadania, Elaine Freitas, disse que há uma determinação do prefeito Igor Soares para que as secretarias municipais se adaptem o mais rápido possível às necessidades de acessibilidade dos deficientes.

“O Fórum é um marco histórico no município. Ele sinaliza para o dever de nos adequarmos e aperfeiçoarmos nossas leis visando o bem-estar dos deficientes. Nos esforçaremos para tornarmos realidade as sugestões apontadas nas discussões dos eixos”, declarou.

Para Carlos Augusto Goulart, 51, fiscal sanitário e deficiente com mobilidade reduzida provocada por paralisia infantil, o fórum abre espaço para ampliar a reflexão sobre as dificuldades encontradas no dia-a-dia pela pessoa com deficiência.

“Há muito tempo Itapevi deveria encarar o tema de frente. É bastante limitada e restrita a vida do deficiente. Tarefas simples para quem é normal não são fáceis para quem sofre com a deficiência. Subir os degraus de um ônibus, entrar em um prédio público e receber atendimento são, por exemplo, alguns obstáculos diários para nós. Discutir e fomentar políticas públicas para o nosso avanço é permitir o desenvolvimento dessa parcela da sociedade”, disse. EEletambém é conselheiro municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Itapevi.

Edberto Ventura da Silva, 54, morador do Jardim Vitápolis e vítima de poliomielite, conta ter dificuldades no dia a dia por limitações de movimento nos braços e pernas. “Tenho trabalhado e buscado boas oportunidades. Atualmente estou desempregado e aproveitei o fórum para buscar mais esclarecimentos, me aprofundar no assunto e sugerir caminhos para a acessibilidade”, resumiu.

O ex-presidente do Conselho Municipal e presidente da Associação dos Deficientes de Itapevi (ADI), Antero Augusto Branco, disse que ainda há muitos desafios para serem superados. “Finalmente o pontapé foi dado e agora a cidade olha com seriedade e comprometimento para os deficientes. É só o início e muita coisa ainda precisa ser feita. Estamos longe da resolução dos problemas, mas ter começado foi fundamental”, disse.  

Foram programadas várias palestras para debater assuntos voltados às pessoas com deficiência. Sobre Educação Inclusiva, Elizabete Costa Renders, doutora em Educação pela Unicamp (Universidade de Campinas) e responsável pela inclusão universitária da Universidade Metodista de São Paulo, tratou do tema.

Pâmela Araujo de Azevedo, coordenadora do Projeto Pronas, do Ministério da Saúde, e especialista em Linguagem de Sinais (LIBRAS) aprofundou as discussões sobre empregabilidade. Vera Lucia Leite de Oliveira, advogada, membro da OAB/Osasco, militante na defesa dos direitos da Pessoa com Deficiência abordou o item políticas públicas.

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