A ignorância é a mãe de todas as doenças

Nilton Ramos

Bolor-7380181É inadmissível ver em nosso Parlamento Municipal pessoas despreparadas que se apóiam em discursos vazios para ganhar a confiança da população. Basta! O povo não é burro e diferentemente do que supõem certos vereadores, a população conhece bem os trâmites legais e o funcionamento dos trabalhos dos Poderes Legislativo e Executivo. Digo isso, porque na sessão da Câmara Municipal de Itapevi de terça-feira, dia 27, presenciei mais um “espetáculo” que poderia ser cômico, mas como envolve o bem-estar de um povo sofrido, tornou-se puramente cruel.

O vereador Luciano de Oliveira Farias (Bolor) discursou a respeito da construção da passarela sobre o rio Barueri Mirim, no Jardim Vitápolis, afirmando que a obra não está pronta porque “o dinheiro não está na conta”. Mentira vereador, qualquer parlamentar, e em especial você, que já está exercendo seu terceiro mandato, tem pleno conhecimento de que o deputado estadual, João Caramez, conseguiu o recurso (R$ 80 mil) no mês de março junto ao governador do estado de São Paulo, José Serra, para a construção da passarela e que a liberação deste recurso depende exclusivamente da apresentação do projeto e documentação por parte da prefeitura.

Como você mesmo disse em seu discurso o deputado João Caramez atendeu o pedido dos moradores do bairro que lutam por esse benefício e conseguiu o recurso para a execução da obra. “O deputado (João Caramez) pediu realmente. Tenho o ofício do pedido dele (deputado João Caramez). Tenho toda a documentação”, confirmou o vereador.

Porém, em momento algum, Bolor, disseste que a prefeitura fez um projeto, que a documentação que o Governo Municipal deveria apresentar está pronta. Pois bem, prova-se em seu próprio discurso que a prefeita Ruth Banholzer não cumpriu sua parte no tratado.

Assim fica claro que o deputado pediu o recurso, que o governador José Serra aprovou a liberação dos R$ 80 mil, por meio da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, mas que sem o projeto da prefeitura não se pode iniciar a construção da passarela.

Seu questionamento Bolor: “por que não começou a obra?” chega a ser engraçado, já que qualquer parlamentar sabe que sem projeto não há obra. Não posso crer, vereador, que desconheça o trâmite para a execução de uma obra, afinal são quase 12 anos de legislatura. Isso é inacreditável!

Digo mais. Não posso crer que esteja fazendo isso com a comunidade que confiou em ti, mentindo para o povo do Jardim Vitápolis que acreditou em suas promessas, elegendo-o três vezes consecutivas. Não adianta aparentar falsa ignorância quando todos já sabem que qualquer obra depende de um projeto e a passarela do Jardim Vitápolis não é diferente. Qualquer administrador sabe disso, qualquer vereador também.

Pois é, Bolor, não basta comparecer toda terça-feira a sessão e fazer “discursinhos”. Sabemos que você acredita que esta seja a única obrigação de um vereador: “a partir do momento em que a população me elege para estar aqui, tenho que opinar. Dia 1º de janeiro de 2005 assinei o livro de posse e tenho compromisso de toda terça-feira estar aqui na sessão. Recebo para isso, vocês me pagam para isso”, afirmou Bolor.

Vereador, você está enganado. Você não é pago para estar numa sessão toda terça-feira. Isto é apenas uma das inúmeras atribuições de um vereador. Você e qualquer outro parlamentar são pagos —diga-se de passagem, muito bem pagos— para fiscalizar o Poder Executivo quando agem com displicência em casos como o da passarela do Jardim Vitápolis e ignoram as necessidades do povo. É, as necessidades deste povo que te elegeu. Este povo em que novamente baterá à porta para pedir confiança.

Enfim, não podemos esquecer que aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso. Fiquemos atentos pois a ignorância é a mãe de todas as doenças!

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