“Alerta Vermelho” para o trânsito na Raposo Tavares

Foto-Divulgação
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Fórum debaterá com empresários e Sociedade Civil a tragédia anunciada do caos viário na Região Oeste

Neydi Cecíllia
Viviane Rodrigues

“Para nós, o alerta vermelho já está aceso”. A afirmação é do engenheiro Gerson Sancinetti, do DER-10 de Cotia, responsável pelo tráfego dos quilômetros 9,8 ao 34 da Rodovia Raposo Tavares. Segundo ele, o trânsito nesta rodovia já está saturado há anos devido ao crescimento de usuários e a tendência é que se torne ainda mais problemático, pois trata-se de uma área “nobre”, de difícil desapropriação, na interpretação de Sancinetti, referindo-se principalmente aos imóveis cada vez mais valorizados situados na região da Granja Viana e próximos à rodovia Raposo Tavares
Sancinetti pretende discutir esta e outras questões na palestra que fará no 1º Fórum Pela Sobrevivência Saudável do Eixo Metropolitano Raposo Tavares, que acontecerá em 1º de dezembro na Faculdade Mário Schenberg (Estrada Municipal do Espigão, 1.413), realizado pela empresa Negócios Grande Oeste e pela Ace Propaganda, com o apoio de diversas entidades da sociedade civil, como o Rotary Club Empresarial, a Associação dos Arquitetos e Engenheiros de Cotia, a instituição Granja Viva e o Instituto Pró-Cidadania.

As estatísticas apresentadas por Sancinetti indicando o volume de tráfego na rodovia, são mesmo preocupantes. Segundo o levantamento do DER-10, o tráfego diário na Raposo Tavares cresceu, no último triênio (2005-2007), mais de trinta mil veículos, o que antes disto tinha levado cinco anos para crescer (2000-2004). A cada ano, há um acréscimo superior a 10% no volume de veículos que circulam pela Raposo, e esse crescimento vem se tornando cada vez maior, como pode ser visto no Gráfico 1. Atualmente, o tráfego na Raposo Tavares chega em alguns trechos, como no km. 17, a 160 mil veículos/dia.

Esse crescimento tem exigido do DER-10 criatividade para suprir as demandas que surgem diariamente. Escalar equipes para o trabalho noturno, quando há menos trânsito, foi uma das novidades implantadas para reduzir o problema. Além disso, tem buscado parcerias com vários dos novos empreendimentos ao longo da rodovia. No quilômetro 16, por exemplo fez-se uma parceria com a loja de utilidades esportivas Decathlon. No quilômetro 22,5, outro acordo com a Wall Mart. Em todos, o DER-10 procura reduzir ao mínimo o estresse que aquele empreendimento poderia vir a causar aos motoristas. Em ambos os casos e em outros foram feitas intervenções que preservaram ou ampliaram o espaço para o motorista. Tanto esforço, segundo o engenheiro Sancinetti, resulta em pouco: “Não adianta brigar contra o crescimento”, diz ele.

A preocupação se torna ainda maior quando se verifica que, diferentemente de outras rodovias, como a Castelo Branco, a Raposo não dispõe de vias alternativas, ou seja, num momento de congestionamento, o motorista não tem como “fugir” da maior parte da Raposo Tavares. Além disso, trata-se de uma rodovia com apenas três pistas de cada lado e curvilínea. “A Raposo é um caminho, não foi uma rodovia planejada. E agora já esgotou sua capacidade”, afirma o engenheiro do DER.

Ao escolher o tema do trânsito para pautar o primeiro encontro do Fórum da Raposo Tavares, os organizadores deste evento pretendem iniciar um ambiente de debate permanente sobre a autosustentabilidade da região Oeste. Trata-se de pensar os vetores e indicadores sociais, econômicos, de infra-estrutura e de qualidade de vida da região. Após este ciclo de debates, será elaborado um documento com demandas e sugestões de soluções, para ser remetido a autoridades estaduais e municipais, estimulando o pensamento conjunto sobre o futuro da região.

Gráfico 1:
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FONTE: DER Cotia – trecho compreendido entre os Kms. 9,8 ao 34.

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