TJ manda polícia investigar prefeita de Jandira por morte de antecessor Decisão do desembargador Amado de Faria foi publicada nesta quinta.

Anabel1O desembargador Amado de Faria, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que a Polícia Civil instaure um novo inquérito  para apurar a eventual participação da atual prefeita municipal de Jandira, Anabel Sabatine, no crime de homicídio contra o prefeito da cidade, Walderi Braz Paschoalin. A determinação ocorre a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça. A Prefeitura de Jandira foi procurada pelo G1 e disse que ainda não foi notificada.
“Requisite-se da autoridade policial competente, doutor delegado de Polícia Seccional, a instauração de novo inquérito policial, desta feita destinado a apurar a eventual participação da atual prefeita municipal de Jandira, Anabel Sabatine, no crime de homicídio, o qual teve como vítima o então alcaide daquela cidade, Walderi Braz Paschoalin, e tentativa de homicídio contra Wellington Martins dos Santos. Os elementos indiciários ensejam a instauração do procedimento apuratório em face da prefeita municipal de Jandira.
 Tão logo concluída a investigação, retornem os autos conclusos a este Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.”
A vice-prefeita sempre negou qualquer interesse no crime. “Mesmo com todas as divergências, eu não queria de jeito nenhum isso para o prefeito. Divergência não se resolve no tiro”, afirmou, um dia após a morte de Paschoalin. Ela também disse, à época, que não se sentia segura para assumir o cargo e que deveria usar carro blindado.
A decisão, do último dia 2, foi publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira e coincide com a primeira audiência na Justiça no processo sobre a morte do prefeito. O juiz Seung Chul Kim, da 1ª Vara Judicial de Jandira, ouvirá 16 testemunhas de acusação no fórum do município da Grande São Paulo. Um forte esquema de segurança foi montado para a realização da audiência. Oito pessoas são acusadas do crime; uma delas continua foragida.
As primeiras cinco testemunhas são protegidas, por isso o depoimento delas foi fechado. Os réus chegaram por volta das 13h45 em carros da polícia e da Secretaria da Administração Penitenciária. Entre os que respondem pela morte está o ex-secretário de Habitação do município Wanderley Leme de Aquino. O advogado dele, Rubens Santos Sebedelhe, diz que o réu “está tranquilo” porque é inocente. “Ele continua revoltado, porque está sendo acusado de algo que não cometeu. Não há nada que comprove até agora a participação dele.”
O prefeito de Jandira Braz Paschoalin (PSDB), de 62 anos, foi morto a tiros no dia 10 de dezembro de 2010, na Rua Antônio Conselheiro, Bairro Santa Tereza, em Jandira, em frente a uma emissora de rádio. Pachoalin costumava ir à Rádio Astral FM todas as sextas-feiras para participar de programa de entrevistas. O barulho produzido por cerca de 15 disparos que o mataram puderam ser ouvidos, ao vivo, por quem acompanhava a programação da emissora. Na ocasião, o motorista do prefeito, Wellington Martins dos Santos, também foi ferido.
Denúncia

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu no dia 14 de fevereiro denúncia contra os acusados da morte do prefeito. Foram denunciados à Justiça como mandantes do crime dois ex-secretários municipais, um ex-candidato a vereador no município da Grande São Paulo, além de outros quatro homens, sendo um deles um ex-policial militar, como executores do crime. Em abril, uma outra pessoa foi incluída como acusada.
A denúncia foi oferecida pelo promotor de Justiça Neudival Mascarenhas Filho, do Núcleo São Paulo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Para ele, Paschoalin foi morto porque havia demitido um secretário e antigo colaborador, e estava se desentendendo com um outro secretário, que também pretendia demitir.

Fonte_G1 São Paulo

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