Suspeito de mandar matar PMs em SP diz ter recebido ordem de facção

Leo_Gordo_TraficanteO suspeito de ordenar mortes de policiais militares em São Paulo, preso na tarde desta quarta-feira (14), disse que recebeu a ordem de chefes do PCC. Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que a facção deu dez dias para que ele matasse cinco policiais. Essa era a condição para que ele tivesse dívidas perdoadas.

Foto-Reprodução/Polícia Civil

O suspeito não cumpriu o prazo e teve mais 30 dias para matar os PMs. O limite para os assassinatos acabaria no fim deste mês, segundo a polícia.

Leandro Rafael Pereira da Silva, o Léo Gordo, 28, disse que a facção criminosa afirmou que os crimes eram uma retaliação às injustiças praticadas pela Rota (a tropa de elite da Polícia Militar). Os policiais teriam matado diversos integrantes do PCC.

Em um vídeo gravado pela Polícia Civil, Silva assumiu ter ordenado os crimes contra os policiais militares. Ele também disse que passou a gerenciar o tráfico de drogas no Campo Limpo, na zona sul, após sair da prisão no fim de julho.

Silva afirmou ter mandado outras pessoas, conhecidos como “soldados”, matarem os policiais. Welligton Viana Alves, o Baré, 32, foi apontado pelos policiais como “cavalo”, responsável por dirigir os veículos após os crimes. Ele também era o braço direito de Silva no comando do tráfico de drogas no Campo Limpo.

Durante depoimento, Silva afirmou ser dono de uma empresa de transporte executivo. Já Alves disse ter uma fábrica de molduras. Ambos tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça.

Ambos são suspeitos de participar da morte de dois PMs em outubro. O cabo da Polícia Militar Renato Ferreira da Silva Santos, 29, morreu no dia 4 de outubro, no Jardim Arpoador, zona oeste. Flávio Adriano do Carmo, 45, policial do 3º Batalhão de Choque, foi morto no dia 13 do mesmo mês no Capão Redondo, zona sul.

De acordo com o delegado Celso Marchiori, titular da 5ª Patrimônio, a dupla tentou matar um policial da Rota. O policial seria executado em uma padaria, mas foi alertado por investigadores minutos antes dos suspeitos executarem o plano.

“A gente ligou para ele [policial] e pedimos para que ele saísse de lá imediatamente. No começo ele não acreditou, mas quando mostramos as escutas telefônicas e os suspeitos comentando que o plano tinha dado errado, percebeu que teve a vida salva”, disse Marchiori.

INVESTIGAÇÕES

A Polícia Civil disse ter identificado a dupla quando investigavam uma quadrilha suspeita de assaltos a caixas eletrônicos. Em algumas interceptações telefônicas, Silva teria aparecido como o chefe do bando e foi investigado individualmente.

Com eles, os policiais da 5ª Patrimônio (Delegacia de Investigações sobre Roubo a Bancos) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) apreenderam uma pistola 9mm, um revólver calibre 38, um colete à prova de balas, uma pistola calibre 9mm, que tem as mesmas características das armas usadas para executar os PMs, e drogas.

Fonte- Folha de São Paulo

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