Itapevi Notícias
Editor-Nilton Ramos
Nesta semana, o Itapevi Notícias presenciou o escândalo da Rua Praia de Baraqueçaba, na Vila Santa Rita, que encontra-se completamente intransitável, com buracos imensos em toda sua extensão, sendo que a cada dia a erosão aumenta e coloca em risco a segurança dos moradores e
Você amigo leitor deve estar se perguntando por que dei o título a este editorial de Rua do buraco, número zero. Não sei se você lembra, mas há uma música do Toquinho e do Vinícius de Moraes, “A Casa”, que é mais ou menos assim: …”Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão…” e continuava, até ser encerrada com a seguinte estrofe: “Mas era feita com muito esmero, na rua dos Bobos, número zero!”.
É mais ou menos assim que os moradores da rua Praia de Baraqueçaba devem se sentir. Chega a ser surreal. Existe uma cratera gigantesca se abrindo e aumentando a cada dia naquela rua e os funcionários da prefeitura dizem para os moradores que o problema será resolvido depois do Carnaval. Ora, a terça-feira de Carnaval é no dia 05 de fevereiro. Aí, tem a quarta-feira de Cinzas, com o expediente após o meio-dia. Depois, vem a quinta e a sexta-feira, que sempre após o Carnaval… são assim, digamos inexpressivas, os chamados “dias de ressaca”.
Então, sendo muito otimista, imagino que os problemas da rua só começarão a ser resolvidos depois do dia 11 de fevereiro. Os moradores da rua estão enfrentado o problema desde dezembro, pedindo socorro à prefeitura há quase dois meses. O buraco vem aumentando assustadoramente e todos sabem que estes últimos dias têm sido de chuva, chuva às vezes forte, às vezes fraquinha, mas constante. Todos sabemos, não precisamos ser engenheiros para saber, que esse tipo de chuva é um perigo para ruas com histórico de erosão.
Aí, eu pergunto: Será que o nosso Poder Público municipal não sabe diferenciar uma obra comum, que pode esperar para entrar num cronograma de ações, após o Carnaval ou após as chuvas, de uma obra de emergência, que precisa solucionar com urgência um problema que está colocando em risco a segurança dos moradores do local, que está fazendo com que estes mesmos moradores estejam vivendo de maneira precária, sem serviços de emergência, sem coleta de lixo, sem entrega de mercadorias, sem o seu direito pleno de ir e vir?
Moradores relatam que pequenos acidentes com crianças e adultos já aconteceram, ocasionados pelos buracos da rua. A tendência é que estes pequenos acidentes aumentem assim como está aumentando o buraco. Vamos torcer então todos juntos, vamos rezar para que nada de mais grave acontece com os moradores daquela rua. Vamos rezar para que ninguém caia no buraco, machuque uma perna ou um braço, vamos rezar para que nada de mais grave aconteça, para que ninguém fique doente e precise de um atendimento de emergência, para que os ratos e baratas não tomem conta da rua, que não tem coleta de lixo…
Rezar é o que nos resta, porque parece que a apatia, a falta de coerência e a falta de vontade política tomam conta daqueles que têm por obrigação cuidar da nossa cidade. Até quando, teremos que esperar?
A Casa
(Toquinho e Vinícius de Moraes)
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero!
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero!