Presunção e falta de informação

evangelista-7845811Caros amigos, recentemente durante cobertura de mais uma sessão na Câmara dos Vereadores, sofri uma tentativa de censura por parte do vereador Evangelista. Durante sua fala, me aproximei para colocar o gravador em cima da mesa para captar melhor o som, como sempre faço, mas o nobre vereador pediu ao presidente que tomasse providências para que eu não me aproximasse daquele jeito, pois, ele precisava de mais “privacidade” para falar.

Eu, como um homem educado, distanciei-me, mantive o gravador ligado, mas até para não causar confusão dei mais espaço ao vereador para que ele não ficasse incomodado com a minha presença.

Em primeiro lugar, tudo o que se é dito durante uma sessão em qualquer câmara de vereadores é público e a imprensa tem total liberdade para acompanhar, relatar e explicar ao leitor o que acontece nela.

Em segundo, mesmo que não fosse editor de um site de notícias, sou cidadão desta cidade e tenho o direito de acompanhar qualquer sessão legislativa. Como editor, tenho o direito também de fotografar e de gravar o que se é dito nestas ocasiões.

Em terceiro e último lugar – e mais importante – um vereador quando está atuando como vereador não tem direito à privacidade nenhuma, porque no exercício de sua função, sua principal responsabilidade é tornar público aos cidadãos todos os atos administrativos e legislativos.

Os vereadores não estavam fechados em seus gabinetes, não estavam em uma reunião fechada para tratarem de assuntos reservados e, muito menos, o senhor Evangelista não estava em sua casa, no recesso de seu sagrado lar. Não. Ele estava atuando como vereador, numa sessão regular da Casa de Leis. Ora, se ele quer privacidade, então que deixe de ser um homem público.

Outro ponto que me deixou surpreso, com relação às atitudes de Evangelista foi sua postura no episódio do concurso público realizado pela Prefeitura, que não reservou cotas para aqueles que se autodenominam da raça negra., lei esta criada pelo próprio vereador no ano passado.

Na última sessão, o vereador Norival Druzian requereu mais informações da Prefeitura sobre o caso. Só que o requerimento foi rejeitado pela grande maioria dos legisladores itapevienses. Curiosamente, Evangelista foi um dos que rejeitaram o pedido. Muito me espanta tal atitude, já que ele seria o principal interessado em saber porque uma lei criada por ele não foi executada pela Prefeitura.

Outra coisa que me chama a atenção: Evangelista é do PV (Partido Verde), um dos defensores mais ferrenhos contra os abusos ambientais. O partido é extremamente sério e lidera causas de interesse de toda a humanidade. Mas em Itapevi, o nobre vereador não age como os demais militantes. Não se interessa pela invasão das áreas de mananciais, pelos depósitos irregulares de entulhos e lixos em diversos bairros da cidade – muitas vezes usados pela própria Prefeitura. Em resumo, não atua, de acordo com os preceitos de seu partido.

Mais uma vez me pergunto por quê? Falta de atenção, de atitude ou conflito de interesses? Afinal, fica difícil um vereador cobrar atitudes do Executivo sendo seu principal representante na Casa de Leis. Não é mesmo, líder da prefeita?

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