Nilton Ramos faz uso da tribuna da câmara e pede ação dos vereadores

Mas agora, já definidos os deputados eleitos da nossa região e o governador do nosso Estado, sinto-me mais forte para fazer questionamentos sérios sobre os desmandos da nossa política local.

Hoje, 17 de outubro, fiz uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Itapevi, durante a sessão Legislativa semanal, para questionar cara-a-cara, um por um, os vereadores eleitos pelo povo sofrido de Itapevi. Perguntei, olhando nos olhos de cada um deles, o que eles estão fazendo por nossa cidade, que tipo de fiscalizadores são eles, que deixam nossa cidade ao Deus dará.

Sim, porque todo cidadão de bem desta cidade, se pergunta diariamente o que está sendo feito da nossa querida Itapevi, o que está sendo feito da Educação das nossas crianças, o que está sendo feito da nossa Saúde Pública, o que está sendo feito com o dinheiro dos nossos impostos, pagos com tanta dificuldade?

Perguntei a cada um dos nossos vereadores o que eles estão fazendo para tornar nossa cidade melhor, mais digna, mais desenvolvida, mas igualitária. Olhei, caro leitor, nos olhos de cada um deles e você sabe o que eu vi, meu amigo? Olhares dissimulados, sorrisinhos amarelos, sussurros ditos por entre os dentes e levantar de sobrancelhas arrogantes e irônicos.

Perguntei o que os representantes da Câmara dos Vereadores de Itapevi estão fazendo para fiscalizar as ações do Executivo, fiz questionamentos diretos sobre as obras de reurbanização do Areião, que deveriam estar em fase de conclusão, com as paredes das casas já levantadas.

Ora, em maio, a Prefeitura informou que estaria concluindo os serviços de terraplanagem do terreno e que a construção das casas começaria em seguida. Mas até agora nada. Cerca de quatro mil pessoas foram incluídas no programa e ainda estão aguardando suas casas. Onde está o Legislativo que deveria representar essas famílias, cobrar medidas imediatas do Executivo, respostas firmes?

Cadê o cumprimento do Plano de Carreira dos Funcionários Municipais e o tal projeto de aumento salarial prometido pela então candidata Ruth Banholzer em plena campanha eleitoral, em setembro de 2004? Revisão anual de salário não vale. O prometido foi aumento salarial. O que os vereadores fizeram com relação a isso?

O que tem sido feito com os recursos arrecadados pela CIP (Contribuição de Iluminação Pública) paga pelo povo para viabilizar a manutenção da rede de iluminação pública? A projeção de arrecadação para 2006 foi de mais de R$ dois milhões. Como estão sendo utilizados esses recursos?

E que não venha ninguém me acusar de estar sendo leviano e fazendo acusações vazias. Não estou acusando, não estou ofendendo ninguém, não estou sugerindo nada. Quero apenas saber o que está acontecendo no meu município, e pergunto a quem de direito deve me responder, a quem por obrigação deve saber. Os vereadores. Eles sabem?

Se não sabem, deveriam saber, pois são pagos para isso. A palavra vereador vem do verbo verear, que significa a pessoa que vereia, ou seja, aquele que tem a incumbência de zelar pelo bem-estar e sossego dos munícipes. Claro que, atualmente, a palavra não possui tal sentido, mas não deixa de ser correto que, em última análise, o que desejam os munícipes, através dos seus representantes, é exatamente o zelo da coisa pública.

E eu, como cidadão itapeviense, como munícipe de Itapevi, quero, assim como todos os cidadãos desta cidade, que os vereadores cumpram seus papéis, representem o povo, com dignidade, credibilidade, ética e transparência.

Vereador não é pago para ficar defendendo prefeito, pajeando secretários municipais, usando carros oficiais para benefício próprio, fazendo piadinha sarcástica do cidadão que cobra seus direitos. Vereador é pago para defender o cidadão, cuidar responsavelmente do destino da sua cidade, honrar o voto recebido. O único compromisso do vereador deveria ser com o povo, mas infelizmente, nos dias de hoje, isso está cada vez mais distante da nossa realidade.

É amigo leitor, esta é a minha opinião. Gostaria que você compartilhasse comigo sua opinião sobre esse assunto. Quem sabe, juntos, tenhamos mais forças para combater essa triste realidade: legisladores, em sua maioria, subservientes e fiéis aos interesses políticos e econômicos do Executivo. Seria triste, se não fosse tão vergonhoso: alguns não passam de simples bonecos de marionete.