Justiça acolhe denúncia contra Ada Baranauskas por oferecer a radialista verba “por baixo do pano”

Foto- Nilton Ramos

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No dia 13 de fevereiro, a juíza Vanessa Vaitekunas, da 2ª Vara Cível da Comarca de Itapevi, acolheu a denúncia feita pelo Ministério Público (Promotoria de Justiça) contra a jornalista e advogada Ada Bonifácio Baranauskas, coordenadora de Comunicação Social da Prefeitura de Itapevi. A denuncia – por improbidade administrativa – foi feita em 28 de setembro de 2007, no processo nº 2.248/2007.

Em 31 de agosto de 2006, Ada ofereceu, uma verba mensal “por baixo do pano”- que começaria em R$ 500,00 – ao radialista Eduardo Segantine, da Rádio Nova Difusora (AM 1.540KHZ), de Osasco, para “colaborar com a prefeitura”, entrevistando pessoas indicadas em seu programa, que vai ao ar

aos  sábados.
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Segantine gravou a conversa com um microgravador digital que estava no bolso de sua jaqueta e entregou uma cópia ao Itapevi Agora, que publicou a denúncia duas semanas depois, na edição de 16 de setembro de 2007.

A juíza Vanessa Vaitekunas encaminhou o CD com a gravação ao instituto de criminalista, solicitando a degravação e realização de perícia para averiguar sua autenticidade. Ela escreveu no despacho:

“Considerando que os documentos apresentados com inicial trazem indícios de realização de atos de improbidade administrativa pela requerida (Ada Baranauskas), e que os documentos e argumentos por ela trazidos são insuficiente para concluir pela inexistência do ato, pela improcedência da ação ou pela inadequação da via eleita, Recebo a Inicial. Oficie-se ao Instituto de Criminalística de São Paulo solicitando a degravação do CD, bem como a realização de perícia para averiguar sua autenticidade”.

A oferta a Eduardo Segantine foi feita por Ada Baranauskas em sua sala, no Paço Municipal. Na conversa, sempre em voz baixa, ela ofereceu uma “ajuda” inicial de R$ 500,00, “sem nota, sem nada” , e explicou:

“A gente tem que começar ali embaixo, pra depois ir aumentando. Só que a gente não vai pedir nada pra você, entendeu? Se eu ajudar… Eventualmente uma vez por mês se precisar à gente fala: ‘vai um fulano lá’. Eventualmente, tá? O que a gente ta fazendo aqui, a gente é muito transparente, tá?

Tudo que eu dou aqui pros jornais, pra ajudar todo mundo, aqui todo mundo sabe… Não é mais como antigamente.

(…) Então isso não sai mais do que R$ 500,00. Neste momento é o que a gente pode colaborar, mas sem exigir, tipo assim a gente dá e não exige. É o que eu vou te pedir, e o que eu vou te mandar. Eu não vou chegar para você e falar: ‘Eduardo eu quero que você atenda a gente, põe a prefeita aí.’ Não vou te pedir nada. É aquilo que a doutora falou. Ela é uma pessoa parceira, é uma pessoa que está sempre com a gente, e como a gente está ajudando todos os jornais, todos sem exceção, se você pegar, todos os jornais estão transados com nós. Então nada mais justo do que ajudar. Mas também não cobramos de nenhum. Então é isso que eu estou te falando. (…) Então, não precisa de nota, não precisa de nada. É vir aqui, você me liga: ‘Ada, tá tudo certinho?’ ”

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