Em entrevista dada ao jornal Visão Oeste Furlan declara apoio a Caramez

Furlan-7020051Fonte-Visão Oeste

Eduardo Maretti e Fernando Augusto

Na última terça-feira, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan, concedeu entrevista ao Visão Oeste, em seu gabinete. Nela, disse que, embora seja um crítico do governo Lula, acha natural o seu partido, o PMDB, fazer parte da coalizão que lhe dá sustentação política. “Depois da eleição, a proposta vitoriosa se sobrepõe à derrotada, e as duas se compõem”, analisou.

Na entrevista, Furlan também fala do hospital municipal que deve ser entregue em março do ano que vem, e cobra “responsabilidades” da União para com a cidade. “A Previdência arrecada muito em Barueri. Portanto, a União tem responsabilidades”.O prefeito também falou sobre a instalação da PUC na cidade, respondeu algumas perguntas dos jornalistas.

Visão Oeste – Como o senhor trabalha a questão partidária sendo do PMDB, partido da coalizão do governo Lula, e, em âmbito regional, um crítico do governo federal?Rubens Furlan – A obrigação de todos é dar governabilidade ao governo. Há necessidade de uma oposição responsável. Partidos que fazem oposição sistemática não existem mais, nem o PSDB faz tanto. Não me constrange o partido compor com Lula, porque até a eleição cada partido tem que defender sua proposta. Depois da eleição, a proposta vitoriosa se sobrepõe à derrotada, as duas se compõem, e o vencedor precisa continuar o que está dando certo e discutir o que está errado.

Como avalia a possibilidade de o PSDB lançar um candidato na cidade? Os seus aliados dizem que o senhor é imbatível em 2008.Não vamos considerar dessa forma. Estou melhor porque estou articulado e tenho uma história, um passado que me garante e tenho o que mostrar. [Quanto ao PSDB lançar um candidato] não vejo problema nenhum. A democracia consiste no debate de idéias e programas. Recentemente estive conversando com o deputado [estadual] João Caramez (PSDB) e elogiei o trabalho que ele fez na prefeitura de Itapevi. Se o meu apoio tiver influência para ele no ano que vem, pode contar comigo. Em Osasco, se [o ex-prefeito] Francisco Rossi (PMDB) for candidato, terá o meu apoio.

O Quércia quer mesmo controlar mais de perto os diretórios regionais do PMDB?Não tenho participado das últimas reuniões regionais do partido, como a última, que aconteceu em Osasco. O Quércia é um político que vem de uma história democrática, de uma luta para democratizar o país. Pode ser que, no afã de manter o partido organizado, coeso, ele queira participar mais das decisões regionais, mas não entendo que ele queira impor suas vontades. A posição dele é: “eu quero participar das decisões”.

Segundo o jornalista Juca Kfouri, o Grêmio Barueri faz parte de seus projetos políticos e por isso tem recebido muitos investimentos… Ele é temperamental e tem falado besteira. Disse que eu parei a obra do hospital. Nunca parei as obras. Agora, em agosto, serão instalados os elevadores e a inauguração será no dia 26 de março, aniversário de Barueri. Fui ao Ministério da Saúde, em Brasília, pedir alguns equipamentos, como de ressonância magnética. Custa mais de R$ 40 milhões equipar o hospital, mas, se é vontade do Juca Kfouri, eu coloco a ressonância magnética por conta própria. Osasco, Carapicuíba e Itapevi têm hospitais estaduais. E Barueri, que vai ter um municipal, tem que equipá-lo sozinho? Barueri tem um grande parque industrial e, por isso, a Previdência arrecada muito em Barueri. Portanto, a União tem responsabilidades para com a cidade. Não ataco a verdadeira intenção dele [Juca Kfouri], ele quer tirar algum proveito, quer criar dificuldades para mim para criar facilidades para ele. Ele não conhece Barueri e nem o Rubens Furlan. Nunca fiz nada contra esse cara. No país do futebol, o maior estado do país trata muito mal o torcedor: tem o Morumbi, o Pacaembu, o Canindé e, o melhorzinho, o Parque Antarctica. O Juca Kfouri não quer mais estádios, ele se diverte com o público mal instalado, é sádico. Não concedo mais entrevista à rádio CBN e nem ouço mais o seu noticiário, pois eles não têm compromisso com a verdade.

Barueri tem algum pleito em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC?Deixa o PAC para lá. Acho que dificilmente vai fazer o país crescer. Não vai fazer o Brasil crescer porque [o governo] não faz a lição de casa, que é diminuir o gasto público. O aparelhamento do estado tem que diminuir. O PAC vai ter alguns investimentos da iniciativa privada, mas o dinheiro deveria vir da economia do setor público. Para crescer, tem que gerar energia, melhorar os portos e as estradas.

Barueri tem vários projetos sociais, mas, fora os assistencialistas, quais são, de fato, de inclusão social?

Para os jovens temos as escolas técnicas de 2º grau, os ITBs [Instituto Tecnológico de Barueri]. Já tínhamos uma unidade e dei ordem de início a uma nova no Engenho Novo e outra será contratada para o Jardim Mutinga. Fizemos um acordo com o Senai e a prefeitura vai construir um prédio para abrigar uma unidade em frente ao ginásio de esportes José Corrêa. Até o final do ano serão 15 mil alunos na educação técnica, e ninguém sai dos ITBs desempregado. Fora os projetos da ação social, a inclusão pela moradia, cooperativas de confecção, o curso de TV Digital em parceria com a RedeTV!

Mas não depende só de Barueri. Se o PIB crescesse 5% ao ano, em dois anos teríamos falta de mão-de-obra especializada. O que resolve é o Brasil crescer.

O que houve com o campus da PUC em Barueri, que atrasou tanto o início das atividades?Vai ter vestibular agora no meio do ano. O que aconteceu foi que o MEC licenciou os cursos só agora. Mas, sinceramente, sou muito mais a favor das escolas técnicas para preparar os jovens. A gente vê por aí muitos recém-formados em Direito, por exemplo, que não conseguem nem passar no exame da Ordem [dos Advogados do Brasil].

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