Os dois estão entre os mais votados do Estado e são os únicos deputados representantes da região Oeste no Congresso. João Paulo vai lutar por reforma política, enquanto Bruna pretende focar a Educação
Campeões de votos, os deputados federais João Paulo Cunha (PT) e Bruna Furlan (PSDB) tomam posse, nesta terça-feira, 1º de fevereiro, no Congresso Nacional. A tucana foi a mais bem votada na região e a terceira melhor colocada no quadro do Estado de São Paulo, com 270.600 votos, atrás apenas de Tiririca (PR) e Gabriel Chalita (PSB). João Paulo, por sua vez, registrou recorde de votos entre os petistas e ocupou a quinta posição no ranking de deputados eleitos em São Paulo, com 255.394 votos.
No Congresso, os recordistas prometem erguer bandeiras como a reforma política, o ensino técnico e políticas para a juventude, mas também terão que se posicionar sobre temas polêmicos que prometem acirrar os ânimos dos parlamentares, como liberação do aborto e do casamento civil entre homossexuais.
Em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados, João Paulo quer intensificar a luta pela realização da reforma política no país. Dentre os pontos defendidos por ele estão o voto em lista, o financiamento público de campanha e a ampliação do mandato para 5 anos com o fim da reeleição.
“O Brasil precisa fazer a reforma, pois o nosso sistema é ultrapassado, arcaico e precisa ser alterado. A grande tarefa do nosso partido é encarar a reforma política como uma reforma prioritária”, afirmou o petista, na semana passada. Segundo ele, para sair do papel, o tema precisa entrar na lista de prioridades do diretório nacional e dos parlamentares da bancada do PT. O parlamentar ainda defende que o Brasil experimente modelos políticos bem-sucedidos em outros países.
Entre os temas defendidos pela deputada tucana Bruna Furlan está o investimento em ensino técnico, o “endurecimento” das leis ambientais e o desenvolvimento de políticas públicas para a juventude. “Na área da educação, temos que aumentar o número de vagas nas escolas técnicas, pois a taxa de empregabilidade dessas unidades é de 74%. Nossa intenção também é continuar a reforçar o ensino nas escolas de tempo integral, pois a educação é a chave que abre todas as portas”, assegurou Bruna, em sua última entrevista ao Diário da Região.
Bruna também vai propor políticas públicas com o foco nas mulheres, “com o objetivo de dar suporte à questão da delegacia feminina e do apoio psicológico à mãe com filhos dependentes químicos ou com alguma necessidade especial”, argumenta.
Mas, o trabalho dos dois deputados não para por ai. Eles também terão que se posicionar sobre temas polêmicos, que devem ser colocados em pauta no Congresso, entre eles: a criminalização da homofobia – projeto que prevê punição para uma série de discriminações e preconceitos, como a orientação sexual; o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo; e a legalização do aborto, cuja redação do projeto já está sendo trabalhada por feministas, podendo chegar ao Congresso neste semestre.
Emendas
Únicos representantes da região Oeste na Câmara, Bruna e João Paulo terão que se esforçar para manter a obtenção de recursos para os municípios que compõem sua base eleitoral. Isso porque houve uma redução no quadro de deputados federais eleitos na região.
Em 2006, as cidades conseguiram eleger quatro deputados – João Paulo Cunha (PT), Silvinho Peccioli (DEM), Fernando Chucre (PSDB) e Francisco Rossi (PMDB). Nas eleições de 2010 foram apenas os dois. Peccioli deixou o cargo para disputar a prefeitura de Santana de Parnaíba, em 2008, enquanto Chucre e Rossi não se reelegeram. O tucano teve 28.485 votos e o peemedebista 52.389, quantidades insuficientes para garantir uma cadeira no Congresso.
